Francisco Guilherme da Costa Silva, de 23 anos, que morreu após dar entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Caldas Novas, no sul de Goiás, era trabalhador, sonhador e fazia muitos planos para o futuro, segundo contou a mãe dele, Gracilene da Costa. A família afirma que a morte foi causada por erro médico.
"Ele era um menino cheio de sonhos. Quando criança, chegou a participar de uma escolinha de futebol porque queria ser jogador. Depois, passou a sonhar com a compra de um carro", contou a mãe.
Segundo a mãe, ele sonhava em comprar uma casa própria, um carro e fazer viagens internacionais. O jovem, que trabalhava como garçom, planejava retomar os estudos e ingressar na faculdade. "Ele dizia: 'Mãe, eu tenho vontade, eu vou comprar um notebook, vou terminar meus estudos, vou fazer uma faculdade'", relembrou.
De acordo com a certidão de óbito, a causa da morte inclui "pneumotórax extenso por perfuração pulmonar" e "complicação de procedimento médico invasivo". A Polícia Civil investiga o caso.
Ao g1, a Secretaria Municipal de Saúde de Caldas Novas informou que foi aberta uma sindicância para averiguar os fatos relacionados ao óbito do jovem e aguarda o laudo final do Instituto Médico Legal (IML) - confira a nota completa ao final da matéria.
A mãe de Guilherme contou que o jovem trabalhava há quatro anos em uma empresa e queria proporcionar uma vida melhor para a família. "Ele tinha muita vontade de nos dar uma vida melhor, era o que ele sempre falava”, relembrou.
Apaixonado por futebol, Guilherme aproveitava o tempo livre para jogar futebol e também gostava de andar de moto. A família o descreve como um jovem brincalhão, carinhoso e muito ligado aos pais, sempre lembrado pelo sorriso contagiante.
“Ele era um menino muito amoroso, uma pessoa de quem todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo gostavam. Tinha um sorriso contagiante, que alegrava a todos”, disse a mãe.
Entenda o caso
O jovem morreu em 15 de fevereiro. À TV Anhanguera, a mãe dele, Graciane Lisboa, relatou que o filho procurou a UPA durante uma crise de asma. “Na triagem, a menina mediu a saturação dele e falou que estava normal. Então, a gente ficou na espera e, com isso, meu filho ia piorando”, contou.
A mãe contou que, no desespero, foi atrás de um médico e, quando encontrou, ela e o médico levaram o jovem para a sala de emergência. “Eles fizeram um procedimento errado. Eles perfuraram o pulmão do meu filho”, contou.
Investigação
Ao g1, o delegado Rogério Moreira explicou que a Polícia Civil está investigando o caso e aguarda o laudo do exame cadavérico do IML. Segundo ele, só com o resultado desse exame é possível confirmar se houve culpa ou não no procedimento adotado em relação à vítima.
Quanto à perfuração no pulmão citada na certidão de óbito de Francisco Guilherme, ele explicou que é um procedimento comum em casos graves de urgência em que o paciente precisa respirar. “Pelo que apuramos, é um procedimento comum. Não foi uma perfuração acidental, foi um procedimento adotado visando salvar a vida do paciente. Agora, se foi devido ou não, correto ou não, somente o laudo médico vai poder atestar se houve algum erro”, esclareceu o delegado.
O delegado explicou também que o “complicações de procedimento médico invasivo” é citado na certidão de óbito do jovem como uma explicação básica sobre o procedimento a que ele foi submetido. “É uma explicação básica de que o paciente passou por intervenção de modo interno e que não conseguiu salvar o paciente. Mas não quer dizer que houve culpa ou não, se foi certo ou não, se foi devido ou não”, afirmou.