Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) a pedido da CNN listou os alimentos que apresentaram os maiores aumentos de preço nos últimos 12 meses.
O açúcar refinado lidera a lista, com aumento de 53%, seguido pelo maracujá (52%), filé mignon (39%), café em pó (38%), alimentos preparados e congelados de carne bovina (33%); e o pimentão (31%).
Também fazem parte da lista dos vilões do orçamento doméstico o açúcar cristal (31%), o frango em pedaços (28%) e o feijão-fradinho (25%), além das carnes de segunda pá e palheta (25,5%).
O economista da FGV Matheus Peçanha explica que os motivos para as altas são diversos. Os principais são as questões climáticas e as diplomáticas, como o embargo da carne brasileira pela China, por exemplo. Alguns produtos da lista de vilões da conta do supermercado já estiveram em patamares até mais altos, em meses anteriores.
“Há seis meses, muitos deles estavam mais caros. O maracujá, por exemplo, esteve com mais de 100% de alta, e agora está em 53%.”, afirma o economista.
Produtos como frutas, café e açúcar foram afetados por questões climáticas, que estão, aos poucos, se normalizando. Peçanha afirma que a tendência é de que o preço, que já está baixando, fique ainda menor nos próximos meses com boas safras. “O café sofreu muito com a geada no meio do ano e há tendência de reversão dessa alta”, diz.
Após o embargo da China à carne brasileira, o preço do produto baixou, mas o economista acredita que, “se o Brasil voltar a exportar em dois meses, veremos uma reversão dessa queda, para um cenário de alta”.
O estudo apontou ainda os produtos que apresentaram maiores quedas de preços nos últimos 12 meses. Entre eles, o destaque é para as frutas: limão (-18%), maçã (-16%) e banana da terra (-11%). Uma das combinações mais populares dos pratos das famílias brasileiras também está na lista: o arroz (-8,27%) e o feijão-mulatinho (-2,02%).
“Os custos de produção ficaram muito pressionados e ajudaram a disseminar a inflação ao longo do ano. Com os problemas climáticos penalizando a agropecuária e as commodities energéticas pressionando insumos e custos logísticos, o resultado final na mesa do brasileiro foi devastador”, avaliou Matheus Peçanha, economista e pesquisador do IBRE.
Devido à conjuntura econômica, a Ceia de Natal dos cariocas esse ano será modesta. É o que mostra a pesquisa do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e do Sindilojas Rio que ouviu 350 consumidores entre a segunda quinzena de novembro e a primeira semana de dezembro.
Para 76% dos entrevistados, a ceia será bem menos farta; para 20% será igual à do ano passado e para 4% a expectativa é de que seja mais farta. Os entrevistados apontaram o aumento dos alimentos, o desemprego e a queda da renda familiar como os fatores determinantes para uma ceia menos sortida.
Mesmo diante desse cenário, 76% dos entrevistados pretendem gastar até R$ 250,00 com a Ceia de Natal; 20% entre R$ 300,00 e R$ 400,00, e 4% acima de R$ 450,00; A maioria (70%) pretende pagar as despesas de forma parcelada através do cartão de crédito; outra parcela da população (24%) com cartão alimentação e somente 5% dos entrevistados pretende fazer o pagamento à vista.
Os produtos que deverão compor a ceia são peru/chester (40%), lombo/pernil (30%), bacalhau (8%), frutas (10%), vinho/cerveja/refrigerante (10%) e 2,0% outros.